Encontro sobre Gestão de Mudanças promovido pela Rede Alumni Ebape gera sinergia entre corporações

qui, 11/07/2019
Português, Brasil

Estamos na era do compartilhamento de informações, sejam elas: fotos, notícias, promoções, emoções e, conhecimento, este último considerado um bem intangível, e de grande valor para as corporações.  Mas como gerar conhecimento entre as organizações? Como estabelecer conexões corporativas, compartilhar as melhores práticas em áreas como a de Gestão de Mudanças?

 

A Rede Alumni Ebape, provocada por Luiz Lanssoni, aluno da graduação da FGV EBAPE e estagiário da Vale, com a ideia de realizar o compartilhamento de experiência na área, reuniu a expertise de profissionais de vários setores da economia com a proficiência acadêmica FGV EBAPE e a excelência em gestão de seus egressos, e realizou, em parceria com a Vale, encontro de benchmaking em Gestão de Mudanças.

 

O evento realizado no dia 10 de julho, na sede da Deloitte no Centro do Rio, contou com a participação de mais de 20 executivos das áreas pública e privada do país (alguns conectados via acesso remoto) e que juntos apresentaram as premissas e desafios na condução de projetos de Gestão de Mudanças em diversas áreas de companhias como Petrobras, Vale, Fiocruz, BR Distribuidora, Safran Helicopter, Deloitte, Secretaria de Tecnologia e Inovação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Consultoria Le But RGRG e Dargains Consultoria.

 

Veja abaixo questões centrais destacadas pelos profissionais que participaram da mesa redonda:

 

Daniel Magalhães, Gerente da área de Capital Humano da Deloitte

A forma de fazer gestão de mudanças vem mudando ao longo do tempo em virtude da entrada de novas tecnologias, o que demanda a necessidade de uma remodelação de processos. Por conta disto, a Deloitte vem investindo em uma nova abordagem, com base na definição de propósitos (o que, como, por que), desenhar impactos (impactos organizacionais), desenvolvimento de capacidades (identificar necessidade de treinamentos) e direcionamento de performances (sustentar as mudanças).

 

Delvia Kantorski, Especialista em Gestão de Mudanças da Vale

A Vale está investindo na transformação digital e, a partir do resultado de implantação de novas tecnologias, busca mudar a cultura da companhia para ser uma corporação mais ágil e colaborativa, onde as pessoas estejam mais conectadas e, principalmente, onde possam usar novas formas de trabalhar, tornando suas operações mais seguras a cada dia.  A companhia realiza diversas atividades de mobilização e engajamento com as equipes operacionais, como a iniciativa de Influenciadores Digitais, eventos e workshops de tecnologia, utilização de Design Thinking para a solução de problemas e o GoDigital, evento no estilo “shark tank” para investir em novas ideias e projetos dos empregados.

 

Filippo Scelza (egresso de mestrado da FGV Ebape), Subsecretário da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado do Rio de Janeiro

A missão da Subsecretaria é a de realizar a articulação entre atores e de promover a cooperação. Notamos que existem muitas iniciativas paralelas, sem conexão, e a Subsecretaria vem para promover essa união, estabelecendo uma agenda conjunta e propositiva. Por intermédio do Programa de Fomento ao Desenvolvimento Tecnológico e ao Ecossistema Inovativo, estão sendo realizadas ações de apoio à implantação de parques, polos e clusters tecnológicos; apoio ao desenvolvimento do ecossistema inovativo; Cooperação tecnológica e apoio à inovação com empresas.

 

Flavia Michelotto (discente de mestrado da FGV Ebape), Gestão de Marketing, Relacionamento e Pesquisas

Durante a aquisição da Chevron Brasil (Texaco) pelo grupo Ultra (Ipiranga), havia duas culturas organizacionais bastante distintas: um contexto mais internacional, com características da gestão norte-americana da Chevron, e um modelo bastante hierarquizado, com características de gestão familiar brasileira da Ipiranga. O processo foi de difícil adaptação devido às grandes mudanças da transformação, gerando conflitos entre funcionários.

Havia a promessa de que seriam aproveitadas as melhores práticas de ambas as empresas, mas isso não aconteceu. A liderança falhou no aspecto humano da gestão de mudanças, pois não estabeleceu uma cultura de cooperação e confiança. Como consequência, muitos talentos foram perdidos.

 

Grace Aparecida (egressa de mestrado da FGV Ebape), Gerente de Organização e Processos da Petrobras Distribuidora (BR)

Compartilhou os aprendizados de um processo de reestruturação na BR, no qual as ações de comunicação e engajamento convidaram as pessoas para um propósito mais amplo de transformação organizacional.

 

Marcelo Madruga (egresso de mestrado da FGV Ebape), Business Development Manager da Safran Helicopter Engines do Brasil

A empresa trabalha com todo tipo de tecnologia para aeronaves e foguetes. O grupo Safran Helicopter possui mais de 80 mil funcionários. No Brasil,  200 funcionários especializados atuam na fábrica do Rio de Janeiro.  A cultura de inovação é disseminada em toda a empresa e por isso estão sempre envolvidos em processos de gestão de mudanças. A participação da alta direção nas mudanças gera uma motivação extra aos colaboradores, que, por exemplo, engajam-se em atingir as metas propostas de cada área para que, ao final do ano, todos possam usufruir da participação dos resultados da empresa.

A Safran durante a implantação dos processos de mudança, atua, constantemente, com áreas de melhorias contínuas, priorização de prazos, mapeamento de todos os processos e a utilização de ferramentas de mudanças.

 

Mariela Fontenelle (egressa de mestrado da FGV Ebape), Diretora de RH da Elumini Outdoing IT

Em junho de 2018, a Elumini mudou seu escritório do Rio de Janeiro para um espaço privativo dentro de um ambiente de coworking, passando a usar novo conceito de workspace. Essa mudança teve vários objetivos - alinhamento com a organização flexível da Elumini, apoio à expansão nacional e internacional e foco na atividade fim.

O projeto demandou um cuidadoso processo de gestão de mudanças, que começou alguns meses antes. Um processo que exigiu a participação de todos, incluindo vários encontros não só com os stakeholders, mas também com toda a equipe. O esforço e os recursos investidos nessa gestão facilitaram o entendimento das necessidades da equipe e seu engajamento na adoção de novos hábitos, resultando no sucesso do projeto.

 

Plínio dos Santos Souza (egresso de mestrado da FGV Ebape), Analista de Gestão da Fiocruz

No início dos anos 90, a Fiocruz passou por um processo de descentralização administrativa que proporcionou autonomia e eficiência no âmbito institucional. No entanto, não obstante a estes consideráveis avanços, há a compreensão atual que este processo vem gerando fragmentações e duplicações em termos de atividades, funções e processos. Neste contexto, se coloca como um dos principais desafios institucionais da Fiocruz é reforçar a sinergia entre as diversas unidades da organização e entre as áreas de atuação, tendo o pensamento centrado em um sistema sob a ótica das redes de colaboração.

Neste processo de gestão de mudanças, uma das ações implementadas foi a avaliação da maturidade colaborativa das parcerias da capacitação da Fiocruz com vistas à proposição de melhorias em seu sistema de Governança. Foram avaliadas dez parcerias que evidenciam a importância da disseminação da lógica da Governança Colaborativa em um contexto cada mais vez complexo, conectado, ágil e restritivos em termos de recursos, além de estudos e elaboração de plataformas colaborativas enquanto estratégias promotoras de mudanças. Por fim, há a necessidade de aprimoramento em termos de comprometimento das lideranças, diversificação das formas de comunicação e reestruturação no processo de engajamento. O trabalho foi realizado com apoio da Escola Corporativa no âmbito do Programa de Desenvolvimento Gerencial da Instituição.

 

Rosiane Stutz (egressa de mestrado da FGV Ebape), ex-assessora da Presidência da Petrobras nos anos de 2016 a 2018

Apresentou a experiência de redesenho e implantação da nova Ouvidoria-Geral da Petrobras e o impacto das mudanças nos públicos interno e externo atendidos pela Ouvidoria.

 

Stefania Dargains, Diretora Executiva da Dargains Consultoria

Ao participar de um programa de transformação organizacional do Estaleiro Inhaúma a ser arrendado pela Petrobras aplicou a Gestão de Mudanças para apoiar a implantação e operação de um Escritório de Gerenciamento de Projetos (PMO, em inglês). O processo de transição envolvia riscos de toda ordem (ambientais, financeiros, contratuais, de segurança) e foi necessário lidar com a criticidade deste programa, onde alguns dos primeiros desafios confrontados foram: realizar uma mudança cultural profunda e obter o comprometimento dos envolvidos, num curto espaço de tempo.

A estratégia inicial foi explicitar a urgência da mudança em curso, evidenciando um problema relevante com a apresentação de uma solução simples e útil. Ao aliar às expectativas e necessidades das pessoas as questões técnicas deste empreendimento, se obteve o suporte necessário para assegurar o comprometimento das pessoas, pois elas precisavam ser convencidas de que o trabalho era importante e de valor para todas as partes envolvidas. Ao adotar esta abordagem, num prazo de dois meses foi possível promover a cultura de planejamento no estaleiro, a comunicação, o engajamento e a colaboração das pessoas, que internalizaram as mudanças propostas pelo PMO. Desta forma, tivemos um programa de Gestão de Mudanças ancorado no desenvolvimento organizacional, ou seja, mudanças com foco em processos, rotinas e sistemas, assim como no desenvolvimento das pessoas e da própria organização.

 


 

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