Egresso FGV EBAPE é contratado para lecionar na UNB após conclusão do doutorado
Interesse em atuar na área de políticas públicas, possibilidade de desenvolver pesquisas, acesso ao corpo docente de alto nível e reconhecimento internacional, fizeram com que o ex-aluno Frederico Bertholini aplicasse para o doutorado em administração da EBAPE. Os anos de estudo foram determinantes para formar mais um cientista político, com alta capacidade analítica e crítica, o que contribuiu para que conquistasse oportunidade como docente da Universidade de Brasília (UNB).
Rede Alumni - Por que escolheu a EBAPE para o seu doutorado e quais as principais contribuições da Escola para sua formação?
Frederico - Escolhi a EBAPE porque queria trabalhar com avaliação de políticas públicas e acreditava que a Escola seria o melhor lugar para aprimorar meu treinamento e qualificar minha atuação profissional. Claro que a perspectiva de aumentar meu estofo teórico soava interessante, mas o ponto principal era aprender a lidar com problemas práticos. Acontece que, durante o curso, eu comecei a entender como a dimensão teórica deveria ser central, e não acessória. Acho que a professora Alketa Peci e o professor Marcelo Milano foram essenciais para que eu me situasse inicialmente no programa e no doutorado, em si. Posso dizer que minha vertente verdadeiramente acadêmica só aflorou na EBAPE.
Quando entrei, o programa tinha duas linhas, uma quantitativa e uma qualitativa, ambas focadas em método. Optei por fazer as duas (ou seja, optei por não optar) e acredito que essa experiência me permitiu uma visão bem abrangente de como abordar questões de pesquisa. Isso se traduziu também nos dois grupos de pesquisa aos quais eu aderi, um liderado pela professora Sonia Fleury e um liderado pelo professor Carlos Pereira. Ou seja, a EBAPE me permitiu interagir com acadêmicos de altíssimo nível, pertencentes a tradições de pesquisa inteiramente distintas.
Rede Alumni – Que fatos poderia destacar sobre sua trajetória profissional?
Frederico - O principal aspecto a destacar na minha trajetória é que ela foi bem pouco ortodoxa, cheia de inflexões inesperadas. Trabalhei na gestão pública, tanto na execução de políticas quanto na análise de dados e avaliação, e agora atuo como professor e pesquisador. Se há algo de constante nessa trajetória é que sempre busquei dar algum contorno prático ao que eu aprendia na teoria e, ao mesmo tempo, promover alguma reflexão sobre o que eu realizava na prática.
Comecei Engenharia, fiz Economia e fui me formar em Relações Internacionais. Por um semestre eu estive matriculado, concomitantemente, nos três cursos. O trabalho com Economia Solidária nas favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas me levou a um mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais e o interesse em aprofundar conhecimentos sobre avaliação de políticas acabou virando um Doutorado em Administração. A orientação do professor Carlos Pereira e o período de sanduíche na NYU com o Adam Przeworski, por fim, me transformaram em professor de Ciência Política.
Rede Alumni - Conquistar a posição como professor da UNB era uma meta? O que espera desenvolver nesta instituição? (Instituição que obteve nota máxima no índice geral de cursos do MEC, conforme divulgado pelo INEP)
Frederico - Nunca tive a posição como meta, acho que a conjunção de escolhas e contexto ao longo da minha trajetória acabou me trazendo para cá. Espero seguir pesquisando temas relevantes do ponto de vista social e contribuindo para a formação de bons cientistas políticos.
Rede Alumni – Quais os principais desafios assumidos como Gerente de Estudos Regional e Metropolitano da Codeplan?
Frederico - A Codeplan é uma espécie de IPEA+IBGE do Distrito Federal. Meu trabalho era entregar análises e leituras de fácil assimilação dos dados produzidos no âmbito da companhia, bem como de dados secundários. O grande desafio era ser, de fato, relevante socialmente. Ou seja, produzir informação que pudesse ser usada pelos gestores públicos do executivo na tomada de decisão, bem como pela sociedade, no controle social à atividade governamental.
O Doutorado em Administração da Ebape tem como principal objetivo preparar o aluno para a vida acadêmica de professor pesquisador em uma universidade ou instituição acadêmica no Brasil ou no exterior.
Para realizar o curso, os alunos devem ser capazes de ler, escrever, compreender e falar inglês. O conceptual paper do Doutorado, o projeto e a tese devem ser elaborados no referido idioma, salvo acordo entre orientador e aluno. O Programa oferece bolsas de estudo para todos os alunos aprovados no processo seletivo.
Para mais informações acesse o link http://ebape.fgv.br/programas/msc-phd/programa/apresentacao